Ciclistas acusam vereador de tentar beneficiar despachantes.
Vereador afirma que projeto não beneficia classe que ele representa.
Do G1 São Paulo
A Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal de São Paulo adiou por cinco sessões a votação do projeto de lei do despachante e vereador Adilson Amadeu (PTB) que torna obrigatório o licenciamento e emplacamento de bicicletas na cidade de São Paulo. O texto já passou em duas outras comissões, de Justiça e de Administração Pública.
Ciclistas protestaram contra a proposta e acusaram Amadeu de estimular o projeto para beneficiar despachantes, categoria que ele representa. Amadeu afirmou em seu perfil no Facebook que não vai retirar a proposta e defendeu-se contra a acusação de que busca beneficiar s despachantes.
“Me acusam de ser despachante. Não trato disso, não pedi a criação de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para bikes e nem vou me beneficiar dele. A sociedade civil não é representada apenas por ciclistas”, afirmou.
A proposta estabelece que a Prefeitura poderá cobrar taxa pelo serviço e os veículos sem a documentação em dia poderão ser apreendidos. Também determina que no momento do licenciamento a bicicleta passe por uma vistoria que atestará suas condições de trafegar em vias públicas. E que os ciclistas em tráfego devem usar capacete, óculos, luvas e calçados de sola antiderrapante.
Na justificativa do projeto, Amadeu afirma que o objetivo é criar uma espécie de cadastro e controle das bicicletas. “Entendemos que como os demais condutores de veículos o ciclista deve obedecer às regras para bom funcionamento do trânsito da cidade, e este controle é ineficaz se não houver como identificar o proprietário da bicicleta”, afirma.
Fonte: G1
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Opinião:
Para quem não lembra, o vereador Ricardo Young faz parte da Comissão e é o relator da proposta. Ele já disse que o seu relatório é contrário à lei, até por isso que esta se adiando a votação. Os vereadores tem um corporativismo muito grande. Ou seja, quando o projeto é de autoria de algum vereador, “em respeito ao colega” os vereadores votam a favor. Além disso, existe um ponto que Ricardo Young vem combatendo: não há discussão sobre os méritos dos projetos dentro das Comissões, ainda mais de projetos de vereadores. Isso faz parte da tradição corporativista da CMSP.
@rafascarvalho